A Área Arqueológica do Conhal também referida como Conhal do Arneiro, no Alentejo, localiza-se no topo norte da freguesia de Santana, no concelho de Nisa, distrito de Portalegre. Ocupa mais de 90 hectares delimitados pelo ribeiro do Arneiro, pela margem esquerda do Tejo e pelas Portas do Rodão.
Num vale da margem esquerda do rio Tejo, a jusante das Portas de Ródão, encontra-se o Conhal do Arneiro, uma extensa escombreira testemunho da exploração aurífera (i. e. de ouro) levada a cabo pelos romanos e que terá continuado em épocas posteriores. Trata-se, essencialmente, de seixos rolados de quartzito formando colossais aglomerados com configuração cónica arredondada ou formando extensas fiadas com várias dezenas de metros de extensão, designadas conhos, daí o nome conhal. Esta escombreira, que ocupa cerca de 70 ha, testemunha a extração de ouro que terá decorrido nas épocas romana e medieval.
No séc. I, o naturalista romano Plínio, O Velho – autor da monumental compilação científica Naturalis Historia -, refere a exploração destes depósitos associados ao rio Tejo como Aurifer Tagus. Aqui, o metal precioso era lavado com a água da ribeira de Nisa, que era conduzida desde a Senhora da Graça. Aliás, o povoado com este último nome poderá ter funcionado como centro administrativo desta exploração de ouro no tempo romano. O canal ou levada, que fornecia água ao Conhal do Arneiro, é conhecido localmente como “vala dos mouros”.
Provando a qualidade do minério alentejano, D. João III terá mandado fazer um ceptro em ouro, extraído deste rio, e Vasco da Gama uma cruz, mostrando, assim aos venezianos que, em Portugal, havia metal mais precioso do que o do Oriente. Ferro, aço e prata foram igualmente metais outrora explorados nas margens do Tejo.